A viagem não é uma busca interior, menos ainda exterior. Não é preciso sair fisicamente para a mente viajar. Aliás, a viagem que mais vale a pena, talvez, seja aquela se faz sem sair do lugar, mas que muda o nosso mundo interior.
A viagem também não é uma busca pela liberdade, afinal, liberdade não se busca, porque liberdade mesmo é aquela que reside dentro de nós. Ninguém nos dá liberdade, a liberdade não está nas coisas, menos ainda em uma motocicleta ou na estrada. Certamente há aquelas pessoas que sem cruzar as fronteiras físicas são mais livres do que eu que irei cruzar tantas fronteiras.
A viagem também não é poética, só quem anda de motocicleta sabe que o vento a 100km/h quase arranca a sua cabeça do pesçoso e que moticicleta com chuva - se não for fraca e breve - só combina em filme.
A viagem também não é uma fuga da solidão ou da dor, até mesmo porque vou viajar sozinho, mas não preciso estar só, aqui dentro de mim levo tanta gente e tantos pensamentos que as vezes será necessário calar as vozes para eu me escutar.
Bom, então porque a viagem? Não espere um motivo especial ou revelador. Viajo apenas por três motivos: "Tudo me interessa e nada me prende. Atendo a tudo. Sonhando sempre"
"Porque eu sou do tamanho do que vejo. E não do tamanho da minha altura"
"Tenho fome da extensão do tempo, e quero ser eu sem condições" 3x Fernando Pessoa.

Enfim, desculpe se fui lacônico, mas esse sou eu. Vou curtir cada cm de asfalto e cada por sol sob duas rodas, vou párar para tomar banho de mar ou para fotografar, vou párar para comer em lugares comuns, talvez luxuosos, mas tenho preferência pelos simples. Mas sinceramente os meus motivos de viajar residem muito mais dentro de mim do que nas coisas que estão fora, mas ainda bem que existem as coisas lá fora.
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