

Após a idílica paisagem no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, foi a vez do parque do Turvo impressionar novamente. A Paisagem era cinza e mesmo eu tendo passado pelo parque no caminho de ida, confesso que o outro lado da estrada impressionou na volta. Pena que as estradas brasileiras não são projetadas por uma equipe muldisciplinar com arquitetos, engenheiros, designers, geógrafos, fotógrafos e o pessoal do patrimônio natural. A paisagem faz parte da nossa memória, ganha importância e significado, mas as vezes não há uma acostamentozinho sequer para pararmos e admirá-la. Na verdade deveria haver mirantes enormes que comportassem carros, motos e caminhões. Quem sabe com estrutura e claro Wifi para postarmos as fotos instantaneamente.
Mas não, ao contrário disso temos só a estrada e a passagem rápida pela paisagem que sequer ficar gravada na memória curta. Quando temos um acostamento para utilizarmos é quase uma tentativa de suicídio, pois, as vezes, o acostamente faz parte da pista e os caminhões trafegam por ele.

Muitas estradas entrecortam as serras e os rios e formam na nossa retina as paisagens mais belas que o próprio destino. A estrada é um fim em si mesma e não um meio de chegar a um destino. Portanto, deveria fazer parte da viagem, certamente a pressa em chegar diminuíria e consequentemente os acidentes também.

A Serra do Cafezal é um exemplo claro do que estou dizendo. É belíssima e está em reforma, mas não há um mirantezinho sequer no projeto. Como a Serra é entrecortado por pistas sinuosas é impossível ficar prestando atenção na paisagem e a velocidade, mesmo que respeitada, faz com que o cenário apenas passe diante dos seus olhos. Por isso os pontos de parada seriam essenciais, assim, o obersvador gravaria na memória uma paisagem que fez parte da sua viagem. Aí meu caro, eu queria ver empreiteiro simplesmente fazer projeto de destruir a paisagem para colocar prédio ou seja lá o que for. As pessoas certamente sentiriam-se mais integradas à paisagem e assim, o patrimônio natural faria mais sentido para elas.

Bom, deixei Curitiba e a paisagem para trás, alguns cenários foram registrados em fotos, outros não foi possível. Cheguei à São Paulo debaixo de uma chuva forte e não quis ficar na cidade, eu acho SP tenebrosa, andei mais alguns Km e tentei chegar a Monte Verde, mas informações pelo caminho de que a estrada estaria em péssimas condições me fizeram dessistir do destino. Acabei ficando em Pouso Alegre, cidadezinha do interior de Minas que de Alegre não tem Pouso algum. Mas...

Parti cedo de Pouso Alegre para BH e pelo caminho segui uma placa que prometia comida mineira no fogão à lenha. Hummmm que delícia! Comi um delicioso frango caipira com quiabo e angu, mas veja bem, o lugar não tinha um docinho caseiro sequer para sobremesa, é mole? Mas a comida era divina.
Segui viagem e me deparei com uma cena triste, uma serra linda com uma vegetação maravilhosa, sendo reduzida pela mineração. Quem viu aquela paisagem viu, quem não viu não verá mais.

Cheguei em BH por volta das 15hs - do dia 12/01/2012 - fiz as contas e o resultado foi 8640km rodados, 21 dias nas estrada e muita história para contar que, felizmente não cabe em nenhum ambiente virtual. Quer saber mais? Qualquer mesa de bar em BH e uma cerveja gelada me farão falar mais, mas você só vai se sentir saciado quando pegar a estrada você mesmo. No mais, agradeço a todos pela paciência de acompanhar meus devaneios.
Abraços e até a próxima.
Você sumiu! QUe bom que chegou bem! Uma viagem para jamais esquecer! Beijos
ResponderExcluirOi Ana, valeu! Aqui, deixa o seu tel por msg no FB pra gente combinar a entrega do seu GPS.
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