domingo, 1 de janeiro de 2012

POA, RS - Punta Del Leste, UR

Depois de mais de 700km rodados, chegar em Punta às 21hs com o sol ainda por se pôr foi no mínimo uma recompensa. O trajeto é uma reta infinita que exige muita atenção. O vento forte é uma constante e quando está nas costas, excelente, mas quando está de frente ou de lado, torna-se perigoso, chega mesmo a deslocar a trajetória da moto, apesar dos 400kg que eu e ela somamos.
A reserva do Tainha tem uma paisagem repetitiva, mas muito bonita, são os famosos pampas gaúchos.
Em uma das paradas encontrei três viajantes, também do sudeste, que tentaram me dissuadir de chegar em Punta, e ficar com eles no Chuí, e só então na manhã seguinte seguir para Punta. Os três também estão indo para Santiago, e certamente iremos nos esbarrar novamente.
Cheguei ao Chuí no início da noite, apesar de não escurecer, e fiquei doido pra sair de lá, nem comprei o meu copinho de whisky que sempre compro como recordação das cidades que passo. A cidade é o paraíso do free shop e por isso parecia um formigueiro de babel. Muita gente falando línguas diferentes.
A passagem para o Uruguai foi tranqüilíssima e rápida. Lá, conheci mais três viajantes, porém, como eu, um estava sozinho - eita povo doido que viaja sozinho -.
Fiquei um pouco tenso na Ruta 9, pois quase não há postos de abastecimento à beira da estrada. Por falar nisso a gasolina aqui é muito cara, 35 pesos o litro. Com esse dinheiro dá pra fazer um bom lanche aqui. Por outro lado tem pouca mistura de álcool com a gasolina e a moto agradeceu a alta octanagem do combustível. Por falar na moto, ela tem feito sucesso, todos querem fazer um retrato com ela e etc. É comum estaciona-la e ao voltar encontrar pessoas em pé ao lado dela fazendo retratos. As vezes fico com ciúmes, pois ninguém quis fazer foto comigo até agora.
Ao entrar na região interbalneária fiquei de queixo caído. O lugar é lindo, luxuoso e parece que uma amostra dos mais belos exemplares humanos da América Latina vêm passar o ano em Punta.
A cidade não tem praias tão bonitas assim, mas o urbanismo, paisagismo e a arquitetura andam de mãos dadas. La Barra, una ciudad.... Vizinha é a curtição em forma de tijolo e cimento. Os bares, restaurantes e demais espaços de convivência têm uma arquitetura mediterrânea e impressionam muito.
Bom, com tudo isso a cidade só poderia ser caríssima, tudo aqui é em dólar e não existe número pequeno, acho que virei burguês, afinal, cá estou.
O ano novo aqui é bem simples, perto das 00hs as pessoas vão até pontos diferentes da praia e comemoram a passagem do ano assistindo à queima de fogos. Foi assim que conheci quatro amigos brasucas que estão viajando pelo Uruguai. Eles são de Florianópolis, exatamente da mesma região em que me hospedei. O mundo é grande, a questão é que dá voltas.
Por fim, amanhã parto para Sacramento, espero gastar bem menos. Feliz ano novo!

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