terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Uberlândia, MG - Curitiba, PR

Anhanguera, SP - Entre o Asfalto e o Céu
O dia 26 começou tenso. Uma chuva constante ameaçou a minha saída de Uberlândia. Saí por volta das 10:30 e fiquei com a capa de chuva toda suja, mas ao pegar a estrada, a chuva fina lavou a poeira e veio o sol e secou a água. Fiz a primeira parada e tirei a capa, daí foi só de cara para o vento. Ora o sol brilhava, ora as nuvens me encobriam com sombras que suavizavam o calor. O vento sempre generoso também dava a sua contribuição.
Segui a dica do parceiro Eduardo Alvim e segui por vias estaduais. A via Anhagüera era uma reta entrecortada por poucas, mas longas curvas. O pedágio de moto não é cobrado e além de economizar eu não enfrentava as filas.
A paisagem era rural, modificada pelas plantações, mas isso não tornava a cena menos memorável. Eram infinitos campos de plantações e no horizonte estavam o asfalto e o céu se encontrando.
O Fazendeiro - Serra do Cafezal
A rodovia bandeirantes e o rodoanel Mário Covas estavam bastante movimentados e foi bem tenso trafegar entre carretas e carros a mais de 120km/h, mas foi tudo bem, a moça se impõe pelo porte.
Ao sair do terrível rodoanel, foi a vez de pegar a Br. 116 Regis Bitencourt - A rodovia da morte - e deu pra entender o motivo da famigerada alcunha, mas o seu nome foi testado e saí ileso. Apesar do perigo da neblina, do cair da noite, das curvas sinuosas e do mega engarrafamento que peguei, descer a Serra do Cafezal pagou o preço do risco. É uma paisagem mais bonita do que a outra. A neblina que turvava a visão proporcionava um espectáculo singular. Assistir a sua formação nos vales da serra foi maravilhoso.
Garganta do Diabo - Eldorado
Mas a noite caiu, junto com ela a neblina intensa e decidi que era hora de parar. Fiquei hospedado em um hotel simpático à beira do caminho - O Fazendeiro - e por lá recobrei as energias depois de rodar 700km.
No dia seguinte saí cedinho e desci para Curitiba, mas no meio do caminho não havia uma pedra e, sim uma caverna, a Garganta do Diabo. As estalactites e estalagmites valeram o desvio de 136km na rota. Além disso os salões da caverna eram belíssimos e a subida da Serra do Eldorado premiou a minha retina com paisagens pitorescas.
A caverna foi batizada por um grupo de escravos resistentes à escravidão que por lá se refugiaram. Conta a história oral que os escravos escondiam a sua colheita dentro da caverna, mas uma parte sempre sumia, graças a ação do rio que corre dentro da caverna e claro, aos animais que a habitavam. No entanto, místicos como só os afrodescendentes podiam ser, preferiam acreditar que era o próprio diabo quem lhes devorava a comida.
Lá em Minas isso se chama respeito
A ida a caverna valeu a pena e o farto almoço servido pelo restaurante também. Peixe e salada fresca com um acompanhamento que eu não fiz muita questão.
Bom, depois do almoço retomei o caminho e fui surpreendido pelo parque estadual do rio turvo, lindíssimo. A paisagem mudou radicalmente para os pinheiros, araucárias e outras arvores cujos nomes não me arrisco. As curvas da subida do parque eram perfeitas e eu não perdi a chance de me esbaldar.
Afinal, terça feira.
Ao chegar em Curitiba procurei um hotel baratinho na rua Barão do Rio Branco, mas não o encontrei, o jeito então foi ficar em um mais caro. Depois que fiz o check-in descobri que o hotel baratinho ficava na esquina, mas eu não o encontrei porque o número estava errado.
Enfim, conheci algumas pessoas pelo caminho, que pediram o endereço do blog para acompanhar a viagem, também conheci alguns hermanos estradeiros com suas motocicletas ora esportivas, custom e big. Próximo post em uma das belas praias do litoral Sul?
Estalactites, Garganta do Diabo - Eldorado

4 comentários:

  1. E aí Bruno, tá um barato curtir sua viagem daqui, as fotos tão lindas, cuidado e boa viagem, até a próxima postagem!!!
    Márcia Valéria

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  2. A foto do "respeito" foi delirante. Abraço e ripa na chulipa!

    Estevam Bravo

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  3. Paradinha no sol do litoral carioca para ver suas aventuras! ATé agora os desvios estão valendo a pena ein?!

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